O estado de São Paulo está entre as 10 unidades da federação com tendência de queda no número de casos. Desde janeiro até agora 706.682 pessoas foram infectadas pela doença. Na 15ª semana epidemiológica (período de 7 a 13 de abril), as autoridades de saúde contabilizaram 24 mil casos — enquanto na semana anterior, havia 60 mil casos.
As outras unidades com tendência de queda são: Goiás, Espírito Santo, Minas Gerais, Distrito Federal, Piauí, Rio Grande do Norte, Rondônia, Roraima e Santa Catarina.
As informações foram divulgadas pelo Ministério da Saúde, durante o colóquio “Avanços e Perspectivas no Enfrentamento à Dengue”, promovido pela pasta, nesta quarta-feira (17), na sede da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS/OMS), em Brasília (DF). Na reunião, o Ministério atualizou o cenário epidemiológico da dengue no país e debateu ações para prevenção e controle da doença.
Desde o começo deste ano, já foram registrados 3,3 milhões de casos de dengue em todo o país. Até agora, o Ministério da Saúde já confirmou 1,4 mil mortes pela doença. Mas, segundo a Secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério, Ethel Maciel, o pico da epidemia já ficou para trás.
“Neste momento, passamos pelo pico. Subimos a montanha e agora estamos descendo. Mas nessa descida ainda precisamos continuar em alerta”, afirma Ethel Maciel.
Para isso, o paciente diagnosticado não pode descuidar da hidratação, “o que pode ser feito pelos serviços de saúde e também dentro de casa”, completa a secretária.
Segundo gestores e especialistas em arboviroses presentes do encontro, a tendência de queda está relacionada ao fator climático, já que o país se aproxima ao período mais seco e frio do ano — condições menos propícias para a proliferação do mosquito Aedes Aegypti. Ao longo de 40 anos, o período médio de duração das epidemias sempre variou entre 20 e 22 semanas.
O analista de sistemas Bruno Gentil, de 35 anos, mora na cidade de São Paulo e se recupera da doença que contraiu há cerca de 10 dias. Logo no primeiro dia, quando os primeiros sintomas apareceram, ele procurou atendimento e orientação médica. E conta que isso foi fundamental para conseguir se recuperar e evitar o agravamento da dengue.
“Estava orientado sobre hidratação — o máximo possível — e repouso. A partir dali, foi simplesmente controlar a febre. Tenho certeza que meu quadro não ficou pior por estar seguindo todas as orientações do médico”.
Pacientes e médicos: atenção ao 4º dia da doença
Apesar da alta incidência dos casos e da necessidade de combate ao mosquito Aedes, a dengue é uma doença que pode ser prevenida. E, para evitar a forma grave, o tratamento rápido e adequado é fundamental. A secretária Ethel Maciel explica que a dengue tem suas fases: “uma inicial com muita febre e uma segunda fase — às vezes sem febre — mas é nesse momento que os sinais de alerta podem aparecer e a pessoa precisa procurar o serviço de saúde”.
“Queria aproveitar para alertar os profissionais de saúde — não só a população — para prestarem atenção no quarto e quinto dia. A pessoa chega ao serviço de saúde, relatando que teve um diagnóstico de dengue e está se sentindo com enjoo, vômito, algum sangramento. [O profissional deve] Ficar atento porque é um caso de dengue, que está ficando grave”.
Sintomas (Fonte: Ministério da Saúde)
Os sintomas mais frequentes da dengue são febre alta e dor de cabeça, mas é quando esses sinais começam a ir embora, que outros aparecem, como:
● vômitos;
● dor abdominal;
● tonturas ao se levantar;
● sangramento na gengiva e no nariz.
Gestantes e pessoas com comorbidades e doenças crônicas precisam estar atentos a qualquer sintoma — e procurar imediatamente ajuda médica. A mesma recomendação do Ministério da Saúde vale para pais e responsáveis de crianças pequenas que apresentarem algum desses sinais.
Cuidados precisam continuar
Mesmo com a tendência de queda no número de casos registrados no estado de São Paulo, a população não pode descuidar. A eliminação dos criadouros do mosquito Aedes aegypti continua sendo a melhor forma de prevenção contra a dengue. Por isso, o Ministério da Saúde preconiza que apenas 10 minutos semanais são suficientes para vistoriar a casa e acabar com os possíveis criadouros do mosquito transmissor. Confira alguns cuidados:
● Olhar garrafas, pneus, calhas, caixas d’água;
● Verificar o recipiente atrás da geladeira e climatizador;
● Inspecionar plantas e pratos que acumulem água;
● Verificar todo e qualquer local que tenha possibilidade de ter água parada;
● Telas e proteções nas janelas também são indicadas, além dos repelentes.
Para mais informações sobre a dengue e sobre as formas de prevenção, acesse: www.gov.br/mosquito.
Foto: Paulo Pinto/Agencia Brasil