Dois homens foram presos em Vitória, na última quinta-feira (25), suspeitos de aplicar golpes na venda de financiamentos de veículos. A operação foi realizada pela Polícia Civil do Espírito Santo (PCES), por meio da Delegacia Especializada de Defesa do Consumidor (Decon), em conjunto com o Procon-ES. Os suspeitos, de 25 e 26 anos, eram donos da empresa “Ômega Investimentos”, localizada em Gurigica, nas imediações da Avenida Leitão da Silva.
Segundo a polícia, em apenas um mês de atuação a dupla conseguiu atrair dezenas de clientes com anúncios em plataformas de marketplace. O golpe consistia em cobrar valores de entrada entre R$ 2 mil e R$ 3 mil sob a promessa de entrega futura de veículos. No entanto, o bem nunca era entregue. Mais de 60 contratos foram identificados durante a fiscalização, somando prejuízo superior a R$ 150 mil.
As investigações apontam que os dois já haviam sido alvo da Operação Consórcio Fake, em 2023, quando atuavam pela empresa “Santa Clara Investimentos” aplicando golpes semelhantes. Um deles chegou a ser preso, enquanto o outro respondia em liberdade. Desta vez, a Decon identificou que os suspeitos haviam voltado a agir com o mesmo modus operandi, o que levou a Justiça a revogar a liberdade condicional.
“Identificamos nas ações a atuação das mesmas pessoas que trabalhavam na empresa Santa Clara e comunicamos ao juiz, que de imediato revogou a liberdade condicional. Fizemos a fiscalização do Procon e interditamos a empresa, prendendo tanto o proprietário quanto o gerente do estabelecimento”, afirmou o delegado Eduardo Passamani, titular da Decon.
Manual de golpes
De acordo com o Procon, o esquema era camuflado como um modelo de consórcio piramidal, que os suspeitos chamavam de “fila de aquisição de bens”. Eles alegavam aos clientes que os valores pagos seriam aplicados financeiramente para posterior aquisição dos veículos, o que não acontecia.
Durante a operação, a polícia apreendeu ainda um documento apelidado pelos próprios golpistas de “Manual do Cliente Explosivo”. O material reunia instruções para enganar consumidores, como desligar ligações de vítimas e usar métodos coercitivos para vender sem entregar os produtos. A investigação apontou que os suspeitos já estavam contratando e treinando pessoas para expandir o esquema.
Os dois foram indiciados por crime contra as relações de consumo e podem pegar de 2 a 5 anos de prisão. Outras pessoas envolvidas também podem responder por organização criminosa e estelionato. Além disso, o descumprimento do Código de Defesa do Consumidor pode resultar em multas de até R$ 1 milhão, dependendo do prejuízo às vítimas.
O diretor de Fiscalização do Procon-ES, Fabrício Pangotto, reforçou a importância de desconfiar de propostas “boas demais para ser verdade”.
“Desconfie de produtos baratos e promoções grandes. Cheque sempre a procedência em sites como o ‘Reclame Aqui’, que reúne todas as denúncias já feitas para estabelecimentos. Caso for adquirir um bem caro, procure empresas com tempo de mercado e que forneçam garantias”, disse. (Da Redação com Sesp)

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