Mãe_Solo, primeiro álbum solo de Taís Lobo, será lançado nesta terça-feira (08). Unindo uma linguagem musical autêntica a reflexões políticas e culturais, a obra faz um mergulho poético no complexo universo de uma mãe solo e das maternidades não-normativas.
As primeiras composições nasceram durante o puerpério da artista, vivenciado na fase mais dura e complicada da pandemia da Covid-19. E busca refletir sobre os termos “solo” e “mãe”, entendendo que, em um país onde 15% das famílias é formada por mulheres a sós com suas crianças, “mãe” e “solo” parecem soar como uma mesma palavra, Mãe_Solo.
O disco é também uma oferenda a Onilé, orixá conhecida como a “Senhora da Terra”, a “Terra-Mãe”, aquela que recebe todos os viventes ao nascerem e ao morrerem. Assim, conectando a maternidade, a terra e a capacidade de gerar, criar e cuidar.
As músicas partem de melodias e harmonias simples, trazendo em suas dez faixas o entrelace entre as dimensões espirituais e materiais que envolve o maternar, percorrendo a narrativa da existência desde a sua configuração espiritual até a chegada de uma pessoa ao mundo.
Mãe_Solo foi gravado com recursos do Fundo de Cultura do Estado do Espírito Santo (Funcultura), por meio da Secretaria da Cultura (Secult).
A autora
Com uma carreira multifacetada e focada nos movimentos sociais, comuniários e feministas, Taís Lobo trabalha com produção, direção e edição em cinema e audiovisual, onde atua também como técnica e designer de som, função premiada no VI Festival de Jericoacoara pelo filme musical “Canta Um Ponto”.
Além disso, compõe trilha musical para filmes, como é o caso dos seus documentários “Encantadas” e “As Últimas do Mundo”, este último com uma de suas composições selecionadas para integrar a coletânea “Vozes Sem Palavras II”, um álbum digital coletivo de artistas do Brasil, Argentina e França que explora a voz como ruído e som.
Na adolescência, tocou e cantou em bandas de hard core e de riot grrrl, movimento punk feminista do Espírito Santo. No Rio de Janeiro, onde viveu por mais de dez anos, participou de uma das formações do grupo vocal Dá No Coro, e em Buenos Aires integrou o grupo “Tem Mais Samba Trio”. Na infância, teve formação em teoria musical e musicalização infantil pela Faculdade de Música do Espírito Santo (Fames).