A noite do dia 28 de novembro de 2023 foi de terror na divisa entre os bairros Santo Antonio e Caratoíra, em Vitória, quando um micro-ônibus foi interceptado por homens em uma motocicleta e uma picape para executarem um dos passageiros, numa guerra entre facções rivais dos bairros Caratoíra e Cabral, na região Oeste da capital.
Menos de nove meses depois, o crime está elucidado pela Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Vitória e sete pessoas foram indiciadas, sendo que seis estão presas e uma encontra-se foragida. E a constatação é de que a vítima, Luis Felipe Fracalossi de Souza, de 26 anos, o Doritos, jogador de futebol amador, era inocente e foi confundido com um membro de uma gangue por rivais.
Foram indiciados Gabriel Freitas Borghi, o General, mandando do crime; Richard Carlos Mendes, foragido; Gabriel Alves da Silva, o GBilks; Gabriel Lima Eleotério, o Biel; Arnaldinho Gonçalves daSilva Neto; Diego de Oliveira Silva e Alan Vitor Ferreira de Melo.
Luis Felipe sofreu tantas perfurações à bala que os policiais que atenderam à ocorrência tiveram dificuldades para precisar o número de disparos que acertaram o rapaz. A perícia constatou que foram mais de 70 tiros.
Havia um jogo de futebol amador na Curva da Jurema entre times do Morro do Cabral e de Caratoíra. Os dois bairros têm uma guerra entre facções pelo tráfico de drogas e domínio de território, segundo a Polícia.
De acordo com as investigações, um dos envolvidos no homicídio, Richard Carlos Mendes, que está foragido, assistia o jogo e identificou entre os jogadores o membro de uma facção rival. Ele entrou em contato com o chefe, Gabriel Freitas Borghi, que acionou cinco membros da organização para acompanharem o ônibus e executarem o rival.
Entretanto, os executores confundiram o alvo e acabaram, segundo o delegado adjunto da DHPP de Vitória, Moreno Gontijo, matando um inocente, Luiz Felipe Fracalossi de Souza, o Doritos, que trabalhava em uma barbearia e não tinha nenhuma passagem policial. Todos os moradores com quem a polícia conversou confirmaram que Doritos era uma pessoa de bem.
O informante disse que o rival estava com a camisa do Vasco. Os executores foram três no veículo e dois na moto. Quando abordaram o ônibus, os jogadores viram vários indivíduos armados e começaram a correr. Um deles, Doritos, estava com a camisa branca enrolada na mão. Eles pensaram que era a camisa do Vasco, correram atrás dele e efetuaram mais de 70 disparos.
A moto usada na perseguição era pilotada por Arnadinho e levava Gabriel Eleotério de carona. Já a picape Fiat Toro também usada no crime era dirigida por Alan Vitor, que estava acompanhado de Gabriel Alves e Diego de Oliveira.