spot_img
spot_img

― PUBLICIDADE ―

Homem morre após ser atingido por tora de eucalipto em fazenda de São Domingos do Norte

Um homem identificado como Rafael Syller Peisino, de 33 anos, morreu na tarde desta quarta-feira (16), após ser atingido por um galho de árvore...

O que passa na cabeça de um adolescente autista brasileiro vivendo em Portugal

Créditos – Foto: CPAH / MF Press Global

Portugal é um país conhecido pela sua hospitalidade e solidariedade, mas a forma como encara as diferenças ainda está em evolução. Embora haja avanços, o autismo, especialmente no nível 1 de suporte, é frequentemente subestimado e visto como algo “normal”. Isso leva a desafios únicos para adolescentes como Brandon de Oliveira, um jovem brasileiro de 15 anos diagnosticado com autismo nível 1.

Brandon é um dos melhores alunos da sua turma, destacando-se pelo excelente desempenho acadêmico e criatividade. Desde cedo, mostrou talento para o desenvolvimento de jogos e já lançou dois projetos bem-sucedidos, com um terceiro em andamento. Empreendedor, ele já coordena sua própria equipe e paga amigos da escola para trabalhar em seus projetos. Apesar de seu sucesso intelectual, reconhece as dificuldades que enfrenta na interação social e na adaptação a certas atividades físicas, optando por socializar de maneira discreta e estratégica, em ambientes que considera confortáveis, como por exemplo, parques de diversões.

Entre os desafios que mais o afetam, estão enjoos frequentes, alta ansiedade e uma predisposição a ficar doente mais vezes do que outras pessoas. Além disso, ele se incomoda com o conceito de privilégios dados a autistas, pois os vê como um reconhecimento de incapacidade, algo que não se identifica. Para ele, a busca pelo autoconhecimento é mais importante do que qualquer benefício, e ele se mantém atento ao seu próprio desenvolvimento, sem querer explorar sua condição para obter vantagens.

Brandon já publicou um livro e um artigo científico, demonstrando sua capacidade intelectual e sua dedicação aos estudos. No ambiente escolar, sente frustração ao perder pontos por falta de interação social, apesar de assumir a liderança em trabalhos em grupo. Para superar desafios motores, pratica artes marciais e tem notado uma evolução significativa em sua coordenação.

A realidade de Brandon reflete um aspecto importante da experiência de muitos autistas em Portugal: a necessidade de um reconhecimento mais equilibrado das diferentes formas de autismo. O país ainda carece de legislações específicas como as existentes no Brasil, que garantem direitos e suporte adequado a pessoas no espectro. Enquanto isso, jovens como Brandon seguem construindo suas próprias trajetórias, desafiando estereótipos e mostrando que o autismo não é uma barreira para o sucesso, mas sim uma característica que faz parte de sua identidade.

por MF Press Global

 

O que passa na cabeça de um adolescente autista brasileiro vivendo em Portugal
spot_img
spot_img
spot_img