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Mês de março foi de estabilidade para varejo, segundo IBGE

As vendas no comércio varejista brasileiro ficaram estáveis em março — ou seja não apresentaram variação em relação ao mês de fevereiro<\/a>. Já na comparação com o mesmo mês de 2023, o crescimento do varejo foi de 5,7%. No acumulado do ano, houve aumento de 5,9%, enquanto no acumulado dos últimos 12 meses, a alta foi de 2,5%. 

Na média móvel trimestral o crescimento foi de 1,2%, de acordo com a Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) do IBGE, divulgada nesta quarta-feira (8). 

O economista Francisco Rodrigues avalia que o cenário pode indicar estagnação<\/a>

“Existe um altíssimo nível de endividamento das pessoas, somando isso a uma taxa básica de juros que está ainda muito alta para os padrões internacionais, o que inibiu os empréstimos, inibiu o investimento e com certeza isso prejudica o varejo e prejudica o comércio. Por quê? Porque se a taxa de juros está muito alta, vai ter menos crédito girando na economia”, analisa.

Atividades

Entre as oito atividades do varejo pesquisadas, sete tiveram resultado negativo, sendo quatro consideradas em estabilidade — com variação entre 0% e -0,5%.

Apenas a categoria artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria teve resultado positivo, com alta de 1,4% — um setor que já vinha crescendo, principalmente entre janeiro e fevereiro, quando registrou aumento de 9,7%. 

Já o resultado negativo mais expressivo ficou com material para escritório e informática e comunicação, com uma queda de 8,7%, conforme explica o gerente da pesquisa do IBGE, Cristiano Santos. 

“Esse é um setor que tem a sua trajetória atrelada ao dólar. Então, há apreciação do dólar no mês de março e essa apreciação do dólar no mês de março também diminui as pressões, as demandas para o consumo, principalmente, de equipamentos de informática, computadores, etc., que muitas das vezes são importados”, comenta. 

A segunda maior queda de março foi no setor de móveis e eletrodomésticos (-2,4%), que vinha registrando resultados positivos nos últimos meses. 

A expectativa é de que com as datas comemorativas<\/a>, os números voltem a crescer nos próximos meses. 

Estados

O levantamento ainda mostra os resultados por estado. Em 16 das 27 unidades federativas os números foram positivos, com destaque para: Sergipe (3,7%), Bahia (3,1%) e Rio Grande do Sul (2,1%). Os piores resultados ficaram com Mato Grosso (-11,2%), Pará (-2,6%) e Tocantins (-1,4%).

No comércio varejista ampliado, que inclui, além do varejo, as atividades de veículos, motos, partes e peças, material de construção e atacado de produtos alimentícios, bebidas e fumo, houve redução de 0,3% entre fevereiro e março. Já na comparação com março de 2023, o recuo foi de 1,5%.

O segmento material de construção teve queda de 9,4% e o de atacado especializado em produtos alimentícios, bebidas e fumo de 23%. Já as vendas de veículos e motos, partes e peças cresceram 1,8%.

Valter Campanato/Agência BrasilValter Campanato/Agência Brasil

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