O Índice de Preços ao Consumidor – Semanal (IPC-S) da última semana de abril de 2024 aumentou 0,42%, acumulando uma alta de 2,84% nos últimos 12 meses. Os dados foram divulgados pela Fundação Getulio Vargas (FGV).
Gilberto Braga, economista e professor do Ibmec, explica que esse índice mede a variação de preços e produtos em sete capitais, medindo a variação semanal do custo de vida para famílias com renda entre 1 e 33 salários mínimos.
“Embora o indicador aponte uma alta nos preços, a variação é está dentro das expectativas que os especialistas e os economistas têm. Podemos observar que no acumulado em 12 meses, você tem 2,84% de aumento do IPC-S. Isso realmente está dentro das expectativas de inflação para o ano — e ainda tem até um espaço para alguns eventos que provavelmente teremos ainda ao longo de 2024”, aponta.
Seis das sete capitais pesquisadas apresentaram aumentos em suas taxas de variação. Recife foi a única que apresentou queda (0,48% para 0,47%).
Veja as variações percentuais ao mês até o dia 30 de abril:
- Rio de Janeiro: 0,79
- Belo Horizonte: 0,63
- Recife: 0,47
- São Paulo: 0,43
- Salvador: 0,43
- Brasília: 0,24
- Porto Alegre: 0,10
O economista Cesar Bergo destaca que algumas capitais, como o Rio de Janeiro e Belo Horizonte, têm apresentado uma distorção maior de preços, criando dificuldades para as pessoas que residem nessas cidades.
“Vários fatores podem contribuir para esse aumento, então nesse caso, essas pressões inflacionárias são decorrentes, sobretudo, do aumento dos preços de alimentos, que também tem comprometido a cesta básica. Também tem o preço da energia subindo, subiram os preços dos remédios — o que acaba pressionando o preço do sistema de saúde”, informa.
Bergo também afirma que as políticas monetárias, com a taxa de juros elevada, e a demanda aquecida também comprometem os preços; além da desvalorização cambial, que afeta o preço das importações.
Tendência para os próximos meses
Para Bergo, eventos externos, como a guerra no Oriente Médio e o preço do barril de petróleo, podem afetar os preços nos próximos meses, mas ele acredita que a inflação vai ficar contida, talvez por volta dos 3,5%.
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