O Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema) realizou, durante o todo o período de Carnaval, uma operação com abordagens educativas e fiscalização no Arquipélago das Três Ilhas. A ação teve o objetivo de orientar os visitantes quanto às regras de uso do local, que faz parte da Área de Proteção Ambiental (APA) de Setiba, em Guarapari.
Também foi realizada a limpeza da região e a instalação de placas informativas. “Foi uma ação muito importante para orientar tanto turistas quanto pescadores que estavam na região, passando as informações necessárias para mantermos a preservação local. É primordial dar continuidade a esse trabalho, pois sempre há pessoas novas indo conhecer as Três Ilhas e não sabem das regras vigentes”, explicou o servidor do Iema que participou da operação, Marcelo Nascimento.
Entre as regras básicas da Três Ilhas estão: não acampar, não usar fogo, seja em fogueiras ou churrasqueiras, e não deixar lixo no local. Além disso, é proibido pescar no polígono que engloba as ilhas de Guarema, Leste-Oeste, Guanchumbas, Cambaião e Quitongo, iniciando a uma distância de 100 metros cada uma delas.
Nessa faixa, todos os tipos de pesca são proibidos, desde a pesca subaquática, pesca com linha de mão, vara ou molinete, realizadas a partir do costão rochoso ou de embarcações, incluindo a modalidade de pesque e solte.
A restrição da pesca nessa área contribui para garantir um espaço que sirva de criadouro natural, onde os indivíduos possam crescer, se reproduzir e repovoar tanto o Arquipélago das Três Ilhas quanto as ilhas e os demais habitats do entorno. Isso garante a conservação das espécies e a sustentabilidade da pesca artesanal local e das atividades de turismo ecológico sustentável, cujo principal ativo é a diversidade biológica e a beleza cênica do local.
Para mais informações sobre o zoneamento ambiental da APA de Setiba, clique: https://iema.es.gov.br/APA_Setiba
Saiba quais são as atividades proibidas no Arquipélago das Três Ilhas:
– Tocar e coletar organismos marinhos;
– Pesca;
– Jogar lixo;
– Cortar a vegetação;
– Som (música) tanto nas embarcações quanto nas ilhas do arquipélago;
– Acampamento: corte de vegetação para abertura de clareiras para colocar as barracas de camping. Além da destruição da vegetação nativa, as clareiras favorecem a proliferação das gramíneas exóticas invasoras e a erosão do solo, que fica exposto e é carreado para o mar, especialmente quando o terreno apresenta declividade. Nas Três Ilhas, a faixa de solo é muito fina, por isso, sua perda é crítica e representa um impacto significativo para o ecossistema local;
– Falta de banheiros: as pessoas devem ter consciência da falta de banheiros nas Três Ilhas, ficando proibidas as necessidades fisiológicas na unidade de conservação, pois causa do mau cheiro e da poluição do local;
– Uso do fogo e churrasco: aumenta o risco de incêndio. No ano de 2014, perdeu-se o controle do fogo de uma churrasqueira. Devido às rajadas de vento, toda vegetação da Ilha do Cambaião foi queimada. Com a queima da vegetação nativa, houve grande proliferação das espécies exóticas invasoras (gramineias e piteiras);
– Restos de comida: descarte de resto de carnes e demais alimentos atrai grande quantidade de urubus, que podem estar competindo por espaço (para ninhos) com as espécies nativas;
– Pesca: a captura de grande quantidade de peixes recifais, na maioria das vezes juvenis, já que a área é um berçário, provoca redução da população e contribui para o declínio populacional de muitas espécies.