Três pessoas são apontadas pela Polícia Civil como responsáveis por praticar o chamado ‘golpe do falso aluguel’, no Espírito Santo. Desde 2020, o trio deixou pelo menos R$ 300 mil de prejuízo para donos de imóveis e pessoas interessadas em alugar um apartamento. A informação é de João Brito, g1 ES e TV Gazeta.
Segundo a Polícia Civil, Wanda Araújo Rezende de Souza, 60 anos, Rikelly Oliana Rauta de Souza, 44, e Mailson Machado, 34, são os responsáveis pela prática criminosa. Eles criaram anúncios dos imóveis e abriram até uma imobiliária para dar credibilidade ao plano.
Mailson está preso preventivamente. Rikelly também chegou a ser presa, mas foi solta de forma provisória depois da audiência de custódia, por estar em uma gravidez de risco. Wanda, a única com registro para atuar como corretora imobiliária, está foragida, segundo a polícia, fora do país.
O delegado chefe do Departamento Especializado de Investigações Criminais (Deic), Gabriel Monteiro, explicou que os três indivíduos falavam que eram corretores de imóveis e que tinham a carteira de corretor de imóveis, ou seja, o documento oficial emitido pelo Conselho Regional de Corretores de Imóveis (Creci/ES).
“Eles iludiam totalmente tanto o locador como o locatário. Criavam anúncios para fisgar os clientes. Só na delegacia são 13 boletins de ocorrência. Uma das vítimas teve prejuízo de R$ 46 mil”, falou o delegado.
Wanda Araújo Rezende de Souza, 60 anos, Mailson Machado, 34, e Rikelly Oliana Rauta de Souza, 44, seriam os responsáveis pela “golpe do falso aluguel. Espírito Santo — Foto: Reprodução/Polícia Civil ES
Para tornar o negócio mais atrativo, o trio oferecia desconto no pagamento dos aluguéis anuais e demais taxas. Algumas pessoas chegaram a ser despejadas dos imóveis depois de descobrir que caíram no golpe, outras nem sequer entraram nos apartamentos.
O delegado ressaltou ainda que os donos dos imóveis também ficaram com débitos nas mensalidades do condomínio e IPTU, dívidas essas que podem até levar a pessoa a perder o imóvel se os valores não foram quitados.
Enquanto as vítimas ficavam no prejuízo, Gabriel Monteiro contou que os suspeitos viviam uma vida de luxo.
“Um deles foi preso em um imóvel cujo valor era R$ 4.500 mil de aluguel. A outra estava num imóvel em frente à praia, cujo valor do aluguel era R$ 7.599 mil. Ou seja, estavam levando vida de luxo às custas de pessoas que estavam sendo vitimizadas, perdendo o sonho de morar de aluguel em um local bom, ou esperando uma fonte de renda a partir de um apartamento que não estavam conseguindo ter”, explicou Monteiro.
O delegado chefe do departamento especializado de investigações criminais Gabriel Monteiro, no centro da foto, esclareceu como os suspeitos agiam. Espírito Santo — Foto: TV Gazeta
A reportagem procurou o Creci/ES para falar da situação de Wanda, mas não teve retorno.
A defesa de Rikelly disse que ela está colaborando com a investigação para comprovar a sua inocência e que a mulher não faz parte do quadro de sócios da imobiliária.
A defesa de Mailson disse que, em respeito ao processo legal, vai esclarecer todos os fatos no decorrer do processo. Falou também que a prisão do cliente foi ilegal, sem qulaquer fundamentação jurídica e que será demontrado que ele não tem qualquer envolvimento com o caso.
Já a defesa de Wanda também não deu retorno.
Segundo a Polícia Civil, os três suspeitos vão responder por estelionato 13 vezes, além de associação criminosa.
O delegado Gabriel deixou um alerta para quem procura um imóvel, orientando a buscar sempre corretoras já estabilizadas no mercado e que tenham um bom histórico de negociações.