Coordenador do Programa Estado Presente em Defesa da Vida, o delegado federal Álvaro Duboc confirmou a informação de que “o aumento recente dos indicadores de violência em São Mateus, de fato, está relacionado a disputas entre organizações criminosas por territórios para o comércio ilícito de drogas”.
Acrescdentou, entretanto, que o Governo está enviando reforço operacional, de forma imediata, “e em uma visão de médio prazo esperamos colher frutos com a instalação do CIAT Norte para uma resposta firme, técnica e orientada por inteligência”.
Segundo Duboc, dentro das ações estruturantes do Programa Estado Presente, o Espírito Santo investiu, entre 2019 e 2025, cerca de R$ 500 milhões na modernização da Polícia Civil, com foco em infraestrutura, tecnologia, capacitação e inteligência.
“Um dos principais resultados desse esforço foi a criação do Centro de Inteligência e Análise Telemática (CIAT), que integra laboratórios de análise criminal, telemática e investigação de lavagem de dinheiro. Trata-se de um centro produtor de conhecimento estratégico, essencial para identificar, mapear e desarticular organizações criminosas”, disse ele.
Para o coordenador do programa de segurança do Governo do Estado, a instalação de uma unidade do CIAT na Região Integrada de Segurança Pública Norte “reforça a capacidade do Estado de atuar de forma qualificada, preventiva e integrada no enfrentamento ao crime organizado”.
FORA DA CURVA
O município de São Mateus é um ponto fora da curva com aumento de 26% no número de homicídios e uma curva ascendente nos últimos quatro meses, estabelecendo a pior taxa de homicídios por 100 mil habitantes dentre os municípios acima de 50 mil habitantes (36 homicídios por 100 mil).
O Espírito Santo colhe bons resultados com o Programa Estado Presente, apesar de ter aumentado a presença de facções criminosas disputando território no Estado. Prisões “qualificadas”, entretanto, têm sido feitas, bem como apreensão volumosas de drogas. Agentes públicos mancomunados com criminosos estão sendo descobertos e punidos.
Pela primeira vez na série histórica desde 1996 o Estado deverá fechar o ano abaixo dos 800 homicídios. As estatísticas até este dia 22 de dezembro projetam fechamento em 794 homicídios, uma redução de 7,9% no número de homicídios em relação a 2024.
Nesses 30 anos, houve um pico crescente no número de homicídios entre 2000 e 2009, de 1.449 para 2.034 crimes intencionais. E 2010 houve queda de 9,29% em relação ao ano anterior. Em 2014 os homicídios haviam caído 17,12% em relação a 2010.
Caíram a 1.182 em 2016, mas subiram para 1.407 com a crise da segurança pública no Espírito Santo em 2017, aumento de 19,03% em relação ao ano anterior. Em 2019, pela primeira vez na história, os homicídios ficaram abaixo de 1 mil no ano, registrando 987 crimes. No ano seguinte, em 2020, houve nova elevação de 12,16%, para 1.107 homicídios.
A partir daí, o Estado registra cinco anos de quedas consecutivas. A tendência é fechar2025 com redução de 28,27% em relação a 2020.












