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Avistamento de espécies ameaçadas e endêmicas do Espírito Santo marcam o dia da Mata Atlântica

Foto: Paulo Sena / SEAMA

Uma ação conjunta de educação ambiental e de promoção a conservação da biodiversidade, por meio do incentivo à prática de avistamento de pássaros e na observação da vida selvagem de outras espécies da fauna e flora endêmicas da mata do Caetés, no Espírito Santo, marcou o Dia da Mata Atlântica, lembrado nessa segunda-feira (27).

A atividade foi uma expedição que aconteceu na Reserva Kaetés e foi organizada pelo Instituto Marcos Daniel (IMD), uma organização não-governamental e sem fins lucrativos responsável pelo monitoramento da saíra-apunhalada no Estado, uma das aves mais raras do mundo.

Um grupo formado por servidores da Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Seama), do Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema) e do Ministério Público Estadual do Espírito Santo (MPE/ES), se juntaram aos biólogos e educadores ambientais do Programa de Conservação Saíra-Apunhalada, do Instituto Marcos Daniel, para uma expedição de um dia, na tentativa de avistar a ave rara.

A saíra-apunhalada (Nemosia rourei) é uma espécie endêmica do Espírito Santo e criticamente ameaçada de extinção, com apenas 20 indivíduos na natureza. Destes, 15 estão na Mata de Caetés, um fragmento da Mata Atlântica de altitude localizado nas fronteiras dos municípios de Vargem Alta e Castelo, e os outros cinco na Reserva Biológica Augusto Ruschi, em Santa Teresa. O IMD mantém duas equipes de monitoramento nessas áreas para proteger a espécie e seu habitat.

“Estamos numa região com uma pilha de certificados de relevância ecológica, o que torna toda a Mata de Caetés um tesouro do Espírito Santo. Recentemente a Reserva Kaetés foi reconhecida pela Embratur como um dos destinos capixabas para o turismo de observação de aves”, ponderou Marcelo Renan de Deus Santos, presidente do Instituto Marcos Daniel e coordenador do Programa de Conservação da Saíra-apunhalada.

A gerente de Biodiversidade da Seama, Thais Volpi, elogiou o trabalho de preservação e do monitoramento da saíra-apunhalada feitos pelo Instituto, que também ajuda na preservação de outras 16 espécies ameaçadas de extinção, incluindo plantas, aves, mamíferos, anfíbios e peixes.

“Temos uma biodiversidade riquíssima no Espírito Santo e que muitas espécies só podem ser vistas aqui, em nosso Estado, nos remanescentes florestais da Mata Atlântica de altitude que detém uma biodiversidade ímpar e altamente ameaçada. Por isso, é importante promover ações de sensibilização para mostrar toda a biodiversidade e a importância destes refúgios para salvaguardar espécies ameaçadas que sem essas áreas, provavelmente estariam extintas”, explicou a gerente Thais Volpi.

Não foi possível o avistamento da saíra-apunhalada durante a expedição, porém o grupo conseguiu observar o sapinho Pingo de Ouro, também endêmico do Espírito Santo, sendo encontrado apenas naquela região da mata. Além do Bagrinho de Caetés, uma espécie com pouquíssimas áreas de registro e ameaçado. E outras plantas raras também foram avistadas pelo grupo, como a Philodendron spiritus-sancti e a orquídea Cattleya.

A iniciativa da expedição também faz parte das atividades do PAN das Aves da Mata Atlântica, que é o Plano de Ação Nacional para a Conservação das Aves da Mata Atlântica, organizado pelo Iema e que tem o como principal objetivo a implementação de ações que ajudam a conservar espécies que estão em risco de desaparecer, como é o caso da saíra-apunhalada.