Vale constrói biofábrica para controlar mosquitos na Bacia

Compartilhe

A Vale tem avançado com as obras de construção da biofábrica, em Belo Horizonte, e a expectativa é que sejam concluídas no final do primeiro semestre de 2024. A unidade será responsável pela produção de mosquitos para o controle das arboviroses, como a dengue, zika, chikungunya e febre amarela urbana, em Brumadinho e outros 21 municípios da Bacia do Rio Paraopeba, impactados pelo rompimento da barragem em 2019. 

O secretário de Estado da Saúde de Minas Gerais, Fábio Baccheretti, visitou as obras. “É uma estratégia muito interessante a longo e médio prazo. Precisamos de novas tecnologias como essa, e inicialmente vamos usar nos 22 municípios da Bacia do Paraopeba, mas Minas Gerais quer expandir para todos os 853 municípios, para onde houver indicação de uso desse mosquito”, afirmou o secretário. 

A construção da biofábrica é um dos projetos da Vale que fazem parte do Acordo de Reparação Integral, celebrado em 2021, entre a mineradora, Defensoria Pública do Estado de Minas Gerais e Ministérios Públicos Federal e do Estado de Minas Gerais. Após a conclusão da obra, as instalações serão repassadas à Secretaria de Estado da Saúde. O acordo garante ainda o custeio operacional do projeto durante cinco anos. 

A obra da biofábrica acontece em um terreno de 4 mil m2, no bairro Gameleira, e terá uma área construída de 1,1 mil m2, onde serão instalados os laboratórios e setor administrativo. A biofábrica vai produzir mosquitos com a bactéria Wolbachia, que serão soltos no ambiente para se reproduzirem com os Aedes aegypti locais.  A Wolbachia é um microrganismo intracelular presente em 60% dos insetos da natureza, mas que não estava presente no Aedes aegypti. Ela impede que os vírus como o da dengue, zika, chikungunya e febre amarela se desenvolvam dentro do mosquito. Assim os insetos deixam de ser vetores de transmissão, o que contribui para redução destas doenças. “Para nós, da Vale, participar desse projeto traz grande motivação, porque é uma metodologia inovadora, eficaz, segura e sustentável, temas que muito nos interessam. E o mais importante é que os resultados do método Wolbachia comprovam um ganho relevante para a população, com uma redução significativa nos casos das arboviroses”, explica Nádia Ladendorff, epidemiologista da empresa. 

O método é uma iniciativa do World Mosquito Program (WMP), conduzida no Brasil pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), e tem eficácia comprovada. Segundo dados de 2021, houve redução de cerca de 70% dos casos de dengue, 60% de chikungunya e 40% de zika nas áreas onde houve a intervenção entomológica no município de Niterói (RJ), onde o método foi implementado desde 2015. Os números estão publicados em artigo científico e corroboram os dados do World Mosquito Program em outros países, como na Indonésia, onde houve redução de 77% dos casos e 86% das hospitalizações.

Foto: Divulgação/Brasil MineralFoto: Divulgação/Brasil Mineral

Leia também

Inscrições abertas para o Parcerias Sustentáveis 2024

A AngloGold Ashanti está com inscrições abertas para o programa Parcerias Sustentáveis 2024, plataforma de investimento social da mineradora que...

Preço da soja caiu nesta terça-feira (28)

A saca de 60 quilos de soja está cotada, nesta terça-feira (28), a R$ 136,86. O produto registra...

SGB assina acordo de cooperação técnica com a França

O diretor-presidente do Serviço Geológico do Brasil (SGB), Inácio Melo, e o diretor-geral de Assuntos Internacionais do Serviço Geológico...

Governo planeja novos concursos para soldado e oficial da PM em 2024

O governador Renato Casagrande (PSB), articula e já teria comunicado ao comandante-geral da Polícia Militar do Espírito Santo,...

RoundUp: O Aliado Contra as Ervas Daninhas Mais Resistentes

Na batalha contra ervas daninhas teimosas e resistentes, poucos herbicidas têm se destacado tanto quanto o RoundUp. Este...