Roberto Moraes, professor e engenheiro do IFF, um dos maiores especialistas em big techs do Brasil, afirmou em entrevista à TV 247 que as grandes empresas de tecnologia mundiais têm adquirido um papel cada vez mais central na política, determinando, por exemplo, o cancelamento de figuras como Donald Trump, banido recentemente do Twitter após publicar mensagens incentivando os invasores do Capitólio.
“Esse é o modelo neoliberal que temos. É o controle do mercado sobre esse processo, é disso que estamos tratando, corporações dominando completamente o Estado. Evidentemente que isso não se dá sem disputas intersetoriais e entre as corporações”, disse.
Para o professor, o Brasil também foi vítima da interferência de grandes conglomerados de tecnologia: “O Trump em um determinado momento passou a ser disfuncional para o deep state e as big techs e é por isso que ele foi cancelado. Essa decisão não passou pelo Estado e pela democracia, mas sim por um processo de interferência no processo político. Isso não pode ser considerado normal. Na democracia Ocidental consideramos que é normal o processo eleitoral, admitimos que tenha influência financeira, só que isso chega num grau hoje que torna isso muito evidente. Temos um Estado mínimo e controlado, cooptado em que as grandes corporações comandam o mundo, cancelam quem eles querem e determinam os processos, interferem em golpes em outros países, como no Brasil e o escândalo da NSA e do lawfare”.
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