Um contumaz bêbado da pequena cidade de Mantenópolis foi arrolado para ser testemunha em um processo. Foi intimado e compareceu à audiência no dia marcado. Iniciada a oitiva da testemunha o meritíssimo juiz o advertiu de que deveria falar a verdade, nada mais do que a verdade, sob pena de se ver processado por crime de falso testemunho.
Lido os termos da acusação o cidadão respondeu que não viu porcaria nenhuma e nem sabia o que estava fazendo ali, pois preferia estar no boteco. Assustado como o comportamento da testemunha o magistrado logo presumiu que ela só poderia estar bêbada.
– O Senhor esta bêbado? – Eu estou, por que?
– O Senhor esta preso por ter a coragem de comparecer em juízo alcoolizado.
– O doutor não mandou eu falar a verdade? Eu digo que estou bêbado e isto é verdade. Pode perguntar lá no Zé da Loto. Não é justo o Senhor mandar me prender por falar a verdade. Quem fala a verdade não merece castigo.
– Tudo bem, vai embora e volta aqui quando estiver sóbrio.
– Voltar aqui pra que? Eu já não disse que não sei porcaria nenhuma?
Texto: Creumir Guerra
Creumir Guerra é Promotor de Justiça no Estado do Espírito Santo
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