Depois que os pais do menino Jorge Teixeira da Silva Neto, de dois anos, foram presos suspeitos de torturar e estuprar o filho, que morreu por conta das agressões em Vila Velha, na Grande Vitória, a tia da mãe da criança disse que, para a família, o menino estava sendo tratado de uma virose e a notícia da morte deixou todos surpresos. A reortagem é de Juirana Nobres, g1 ES e TV Gazeta.
“Como morreu? uma criança saudável, feliz. Não acredito! Como morre uma criança saudável assim de repente? Ele estava com quadro de pneumonia constatada e a mãe estava levando o tempo todo para o médico, estava medicado. Para a gente, era uma criança com uma virose”, disse.
Sobre o fato de sua sobrinha, Jeorgia Karolina Teixeira da Silva, de 31 anos, e o marido dela e pai do menino, Maycon Cruz, de 35, terem sido presos, Ana Cristina disse que todos da família querem justiça.
“Eu não tenho nem adjetivo. É a reação de toda a família, a gente não consegue nem imaginar. Solidariedade nenhuma com eles. A gente não consegue ter com nenhum dos dois. Pode ser sangue, parente mas se fez tem que pagar. Que seja feita a justiça de Deus e do homem”, disse.

Jorge Teixeira da Silva Neto, de 2 anos
Jeorgia e Maycon levaram a criança na madrugada desta terça-feira (5) ao Hospital Estadual Infantil e Maternidade Alzir Bernardino Alves (Himaba), alegando que o menino estava com sintomas gripais.
A criança acabou morrendo no local e a equipe médica que a atendeu constatou lesões características de abuso sexual.
A reportagem apurou que o menino Jorge Teixeira da Silva Neto teve o intestino perfurado. Por volta de 10h desta terça (5), ele morreu por causa de uma infecção.
Ainda no hospital, as polícias Militar e Civil foram chamadas. O corpo de Jorge foi levado para o Departamento Médico Legal (DML), onde, segundo a polícia, foi constatado que o menino foi estuprado. A violência sexual teria acontecido no final de semana.
O boletim de ocorrência diz que o menino tinha hematomas e queimaduras de cigarro por todo corpo.

Pais são presos suspeitos de tortura, estupro e morte do filho de 2 anos
Segundo a polícia, os pais tentaram a todo custo liberar o corpo do menino para uma funerária, diziam que não era necessário fazer autópsia. Eles acabaram presos ainda no DML.
No bairro onde a família mora, a reportagem encontrou parentes dos pais do menino, mas eles não quiseram dar entrevista. Vizinhos também preferiam não falar nada.
Abordados após exames no DML, os pais não quiseram falar com a imprensa.
Os dois foram autuados pelos crimes de estupro de vulnerável com resultado morte e tortura e levados para o sistema prisional.
Até a última atualização deste texto, a reportagem não havia obtido contato com os presos ou as defesas deles.