Espírito Santo registra quase 60 boletins de ocorrências da Lei Maria da Penha por dia

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Cerca de 57 mulheres são vítimas de violência doméstica no ES por dia, apontam dados da Secretaria Estadual de Segurança Pública — Foto: Ricardo Wolffenbuttel/Secom

Cerca de 57 mulheres são vítimas de violência doméstica no ES por dia, apontam dados da Secretaria Estadual de Segurança Pública — Foto: Ricardo Wolffenbuttel/Secom

De janeiro a agosto de 2023, o Espírito Santo registrou 13.980 casos de violência doméstica dentro da Lei Maria da Penha, quase 450 ocorrências a mais do que o mesmo período do ano anterior.

A informação é de Álvaro Guaresqui, g1 ES e TV Gazeta, com dados da Secretaria Estadual de Segurança Pública (Sesp) e mostram uma média diária de 57 mulheres vítimas de crimes como feminicídio, lesão corporal, sofrimento físico, sexual ou psicológico, dano moral ou patrimonial.

Ainda de acordo com o levantamento, a Região Metropolitana é a que detém o maior número de ocorrências, com 5.307 registros. Em seguida, estão as regiões Norte, Sul, Noroeste e Serrana, respectivamente.

Ocorrências de violência doméstica no Espírito Santo

Região Ocorrências em 2022 Ocorrências em 2023
Metropolitana 4.690 5.307
Norte 2.779 2.718
Sul 2.895 2.633
Noroeste 2.025 2.224
Serrana 1.149 1.098

Fonte: Secretaria de Segurança Pública do ES deslize para ver o conteúdo

 

Violência contra a mulher — Foto: Freepik

Violência contra a mulher — Foto: Freepik

Ainda de acordo com o levantamento da Sesp, a maior parte das ocorrências ocorre dentro de residências (70,4%). Os outros locais mais comuns são: vias públicas, comércio, hospital, repartição pública e também no ambiente virtual.

Locais onde ocorrem violência doméstica

Tipo de local Ocorrências
Residência 70,4%
Via pública 16,5%
Outro local 4,9%
Ambiente web 4,1%
Comércio 2,3%
Hospital 0,9%
Repartição pública 0,4%
Casa de shows/eventos 0,2%
Escola 0,3%

Fonte: Secretaria de Segurança Pública do ES deslize para ver o conteúdo

Sobre quando há mais registros de violência doméstica, os dados apontaram que a segunda-feira, seguido de domingo, são os dias com o maior número de ocorrências.

Violência doméstica nos dias da semana

Dia da semana Quantidade
Domingo 16,9%
Sábado 11,7%
Sexta-feira 12,3%
Quinta-feira 12,7%
Quarta-feira 12,3%
Terça-feira 13,9%
Segunda-feira 20,4%

Fonte: Secretaria de Segurança Pública do ES deslize para ver o conteúdo

A delegada da Gerência de Proteção à Mulher da Sesp, Michelle Meira, destacou que a violência contra a mulher precisa ser combatida culturalmente.

Violência contra a mulher — Foto: Freepik

Violência contra a mulher — Foto: Freepik

“Infelizmente, é uma violência que está arraigada na sociedade e, para além da repressão, a gente precisa da prevenção. É necessário mudar conceitos, principalmente do homem, no qual ele entenda que a mulher não é sua propriedade, que ele não pode interferir nas suas decisões, principalmenteem términos de relacionamentos, e achar que ele pode matar uma”, disse.

Uma forma de prevenir ser vítima de violência doméstica, segundo a delegada, é estar atenta aos detalhes do comportamento do parceiro.

“A maioria das mulheres que procura a delegacia não é a porque sofreu a primeira violência. Então, é importante que a gente sempre fique atento a pequenos detalhes do relacionamento que mostram que ele é tóxico, como ciúme excessivo, controle de telefone, de redes sociais, de roupa, de amigos, de quem você fala ou não fala”, disse a delegada.

Para a advogada Renata Bravo, a maior incidência de violência contra as mulheres nos finais de semana é uma análise que faz sentido devido a alguns motivos.

“Nos finais de semana, as pessoas, os casais, especialmente, têm maior contato, maior aproximação com a família. Tem mais situações de festas, de bebidas… Não que a bebida seja uma justificativa, mas as pessoas estão em maior contato e há um acréscimo no número dessas violências”, disse a advogada.

A advogada explicou ainda que a violência precisa ser enfrentada de diversas formas.

“Muito importante quando a repressão acontece, que esses homens cumpram as penas, sejam penalizados, mas que também eles reflitam o porquê praticaram essas violências, porque só punir também não resolve. Esse homem precisa não repetir [essas violências] em outros relacionamento ou até naquele com a mesma mulher”, disse a advogada.

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