Dois casos suspeitos da hepatite misteriosa que estavam sendo investigados no Espírito Santo foram descartados, informou a Secretaria de Saúde do estado nesta quarta-feira (8).
Em maio deste ano, a Secretaria divulgou que estava monitorando duas crianças supostamente acometidas pela doença. Na época, o governo declarou que as pacientes estavam estáveis e não apresentavam as mesmas características que estavam sendo observadas em outros países.
De acordo com a Secretaria, o primeiro caso foi descartado na última segunda-feira (06), depois de ser considerado incompatível com as definições estabelecidas pelas autoridades sanitárias.
Já o segundo caso foi descartado nesta terça (7) depois que o paciente recebeu diagnóstico para outra doença após exames realizados na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), informou o Ministério da Saúde ao governo do Espírito Santo.
Segundo o governo, não havia, até esta quarta (8) outros casos suspeitos de hepatite aguda de etiologia desconhecida e no estado.
A hepatite é uma inflamação do fígado que pode ser causada por diversos fatores, desde infecções virais até consumo excessivo de álcool, alguns medicamentos e substâncias tóxicas.
Os principais vírus que causam hepatite são A, B, C, D e E. Há ainda as hepatites autoimunes, que são doenças crônicas em que o próprio sistema imunológico do indivíduo ataca as células do fígado, causando inflamação e alteração da função do órgão.
A hepatite súbita e grave em crianças saudáveis é considerada incomum. Tanto que ela não está relacionada a qualquer um dos tipos comumente causadores da doença. Resultados preliminares dos casos de hepatite de etiologia desconhecida investigados até o momento apontam que não há relação da doença com a vacinação contra a Covid-19.
Os sintomas da nova forma da doença, a princípio, são os mesmos de uma hepatite comum (A, B, C, D e E). A origem da inflamação ainda permanece sem respostas, mas atinge de forma principal o fígado.
É importante que os pais e responsáveis fiquem atentos aos sintomas característicos de hepatite aguda nas crianças, como vômitos, diarreias, náuseas, dor abdominal e pele e olhos amarelados. Se houver qualquer suspeita, elas devem ser imediatamente levadas a um serviço de saúde para que possam ser avaliadas e tratadas de forma adequada.
Além dos sintomas comuns, a pediatra e pesquisadora de doenças infecciosas Filomena Alencar alertou para os pais ficarem atentos também com alguns outros sintomas específicos, que podem indicar um quadro mais grave da doença.
“O que chama atenção para o quadro que deve levar imediatamente a procura por assistência médica para as crianças é a icterícia, que é o amarelo que aparece na pele. Para os pais é mais fácil reconhecer pelo branco do olho, que fica amarelo. A urina fica escura e as fezes podem ficar claras. Pode, também, dar sintomas respiratórios. O quadro é raro, é algo novo”, disse a médica.

Ilustração do corpo humano mostra o fígado, órgão afetado pela hepatite — Foto: Divulgação