“Neste natal doe um brinquedo para uma criança do Espaço Integrar. Agradecemos por ajudar nessa inclusão para nossas crianças”, diz o convite publicado pela direção da clínica de atenção aos autistas.
Podem ser doados brinquedos e alimentos não perecíveis, que devem ser entregues na sede do Espaço Integrar, perto da Aerozon Pneus, no Bambé, e que vão fazer a alegria de centenas de pessoas e famílias.
+ Sobre o Espaço Integrar
Com mais de 300 pessoas já cadastradas, o Espaço Integrar, é uma clínica completa para cuidar dos autistas de Barra de São Francisco e funciona na rua Tito Waldemar Vieira, 360.
O secretário municipal de Saúde, Elcimar de Souza Alves e a coordenadora, Jamile Justino, que é pedagoga e especialista em TEA, explicaram que, no primeiro momento, apesar da grande procura até por municípios vizinhos, como Água doce do Norte, Ecoporanga e Mantena (MG), a clínica não terá como atender os autistas de fora.
Jamile informa que a expectativa era de chegar a 300 pessoas atendidas ainda este ano, já que a demanda é grande e muitas mães ainda não conhecem o espaço.
Já o secretário Elcimar informa que pais e mães de autistas que frequentam a Apae não precisam ‘migrar’ para o Espaço Integrar. Ele e Jamile informam que as duas instituições se complementam, mas o Espaço Integrar é voltado apenas para os autistas.
“Teremos aqui uma equipe de profissionais completa, com neurologista, psicólogo, psiquiatra, fonoaudiólogo, terapeuta ocupacional, assistente social e nutricionista, entre outros, para dar suporte aos autistas e vamos buscar não apenas o tratamento convencional, mas também o tratamento alternativo, que os ajude a ser melhor compreendidos, a conseguir viver em sociedade sem preconceitos. Teremos brinquedoteca, sala sensorial, banheiros adaptados para os autistas e um espaço maravilho, amplo”, observa Jamile.
Apoio externo
Jamile conta ainda que o empreendimento de saúde está sendo feito exclusivamente com recursos municipais. “O Enivaldo está fazendo essa obra sem nenhum apoio externo, exceto o do sobrinho dele, o deputado estadual Mazinho dos Anjos, que prometeu se empenhar totalmente para ajudar a trazer recursos e proporcionar o atendimento necessário ao funcionamento da clínica”, finaliza ela.
+ Sobre o TEA
Os transtornos do espectro autista (TEAs) aparecem na infância e tendem a persistir na adolescência e na idade adulta. Na maioria dos casos, eles se manifestam nos primeiros 5 anos de vida. As pessoas afetadas pelos TEAs frequentemente têm condições comórbidas, como epilepsia, depressão, ansiedade e transtorno de déficit de atenção e hiperatividade. O nível intelectual varia muito de um caso para outro, variando de deterioração profunda a casos com altas habilidades cognitivas.
Embora algumas pessoas com TEAs possam viver de forma independente, existem outras com deficiências severas que precisam de atenção e apoio constante ao longo de suas vidas. As intervenções psicossociais baseadas em evidência, tais como terapia comportamental e programas de treinamento para pais, podem reduzir as dificuldades de comunicação e de comportamento social e ter um impacto positivo no bem-estar e na qualidade de vida de pessoas com TEAs e seus cuidadores. As intervenções voltadas para pessoas com TEAs devem ser acompanhadas de atitudes e medidas amplas que garantam que os ambientes físicos e sociais sejam acessíveis, inclusivos e acolhedores.
Sintomas
De acordo com o quadro clínico, os sintomas podem ser divididos em 3 grupos:
– ausência completa de qualquer contato interpessoal, incapacidade de aprender a falar, incidência de movimentos estereotipados e repetitivos, deficiência mental;
– o paciente é voltado para si mesmo, não estabelece contato visual com as pessoas nem com o ambiente; consegue falar, mas não usa a fala como ferramenta de comunicação (chega a repetir frases inteiras fora do contexto) e tem comprometimento da compreensão;
– domínio da linguagem, inteligência normal ou até superior, menor dificuldade de interação social que permite levar a vida próxima do normal.
Tratamento
O autismo é um transtorno crônico mas que conta com esquemas de tratamento que devem ser introduzidos tão logo seja feito o diagnóstico e aplicados por equipe multidisciplinar. Envolve a intervenção de médicos, psicólogos, fonoaudiólogos, pedagogos, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais e educadores físicos, além da imprescindível orientação aos pais ou cuidadores. É altamente recomendado que uma equipe multidisciplinar avalie e desenvolva um programa de intervenção personalizado, pois nenhuma pessoa com autismo é igual a outra.