De vestidinho preto e lacinho na cabeça: é assim que a cadela Maysa foi atendida em um hospital veterinário, em Colatina, no Noroeste do Espírito Santo. A reportagem é de Cristian Miranda, da TV Gazeta.
Ela perdeu os movimentos das duas patinhas traseiras depois que foi atropelada. Três meses após ser resgatada, a cachorrinha segue sendo tratada por uma equipe de voluntários residentes em veterinária.
“Fizemos uma radiografia, aonde a gente constatou a fratura completa entre a transição da coluna torácica para a lombar. Então era uma fratura muito grave e, através do exame neurológico e do exame físico, a gente detectou que era pouco provável que ela retornasse a andar como um animal normal”, explicou a médica veterinária residente Sara Palmejani.

Cadela Maysa é atendida por voluntários de hospital veterinário.
Depois da avaliação dos médicos, a cachorrinha passou por cirurgia pra estabilizar a dor. Maysa passou, então, a usar uma cadeira de rodas improvisada pelo hospital veterinário.
“Ela consegue ficar em pé, dar alguns passos, ou seja, ela não é 100% dependente da cadeira e isso é muito bom, facilita a adoção e melhora a qualidade de vida dela”, falou a professora Séfora Barros.
A maior autonomia da cadela veio graças a andadura medular que ela acabou desenvolvendo. Segundo o médico veterinário que acompanha Maysa, é um andar sem muita coordenação, mas que permite uma vida normal para o animal, mesmo depois de algum trauma medular.

Cadela Maysa se apoia sobre patas dianteiras para andar, já que perdeu os movimentos das patas traseiras.
“Eles percebem o membro como se fosse uma espécie de muleta biológica, usa a musculatura, usa os ossos, percebe a existência desses componentes, mesmo que eles não sintam esses membros, não sintam dor, e que eles não consigam controlar esses membros, eles começam a adaptar o resto da musculatura corporal e esses reflexos que são modulados na medula para desenvolver um andar, que não é um andar perfeito, mas que pode ser usado para desenvolver a função do andar normal”, falou o professor Igor Martins.
Toda semana, Maysa faz fisioterapia pra fortalecer os membros inferiores. Apesar da condição da cachorrinha, ela tem uma vida ativa como qualquer outro animal de estimação e está à procura de um novo lar.
“A Maysa é uma cachorrinha muito especial, ela tem, praticamente, uma vida normal. Ela requer alguns cuidados por causa da condição dela, ela é uma paciente que não pode ficar em um piso áspero, por exemplo, por que ela pode se machucar. Precisa ter tempo pra cuidar, de um espaço adequado, mas ela é super feliz, super alegre, tem muito amor para dar. Tenho certeza que quem adotar ela vai ser muito feliz”, disse a diretora do hospital veterinário Jéssica Miranda Cota.

Cadela Maysa anda em cadeira de rodas, mas não é totalmente dependente do aparelho para se locomover.