No último domingo, a população uruguaia foi às urnas para escolher quais candidatos concorreriam por cada partido político. De acordo com os resultados oficiais, o vencedor pela Frente Ampla, com 41,9% dos votos, é o ex-prefeito de Montevidéu Daniel Martínez. A coalizão de centro-esquerda está no poder desde 2005 e o candidato era o favorito do atual presidente do Uruguai, Tabaré Vázquez.
Além de Daniel Martínez, estão na corrida eleitoral Luis Lacalle Pou, representando o Partido Nacional, com 53.7% dos votos dentro da coalizão, e o economista Ernesto Talvi, do Partido Colorado.
Na avaliação do coordenador geral do Grupo de Análise da Conjuntura Internacional da Universidade de São Paulo (USP), Alberto Pfeifer, o candidato do Partido Nacional é quem tem mais chances de ocupar a presidência.
“O candidato tem razoáveis chances de ganhar por um certo cansaço da população e exaustão das políticas da Frente Ampla, depois de 15 anos de governo. O país está em uma situação confortável, do ponto de vista social, mas estagnado do ponto de vista econômico”, avalia Pfeifer.
Pou é filho do ex-presidente Luis Alberto Lacalle, foi eleito deputado por três vezes e atualmente ocupa o cargo de senador da República. O Partido Nacional, também conhecido como Partido Blanco. tem uma ideologia de centro-direita. Caso Luis Lacalle Pou saia vitorioso, Alberto Pfeifer acredita que isso pode estreitar os laços com o Brasil.
Para o especialista, pode significar uma “mudança de rota”, tanto do ponto de vista político quanto ideológico. “Lacalle vem com uma proposta que é típica do Partido Branco, que é mais liberalizante na economia. Isso pode afetar bastante a parceria intensa e bastante rica que existe entre Uruguai e Brasil”, argumenta.
Com o cenário eleitoral definido, os candidatos começarão a campanha para as eleições. O primeiro turno será no dia 27 de outubro, enquanto o segundo será no dia 24 de novembro.