Três anos após passar por um dos momentos mais delicados da vida, uma jovem de 24 anos moradora de Vitória vive, enfim, um momento de tranquilidade. A informação é de Tarciane Vasconcelos, g1 ES e TV Gazeta.
Em 2020, ela descobriu a gravidez uma semana após o diagnóstico de câncer. No mês de conscientização sobre o câncer de mama, a mãe compartilhou a história para inspirar pessoas que passam por situações parecidas.

Ao descobrir o câncer, Bárbara Borges precisou raspar o cabelo. Hoje, ela vive a vida normalmente — Foto: Arte g1/Reprodução
Enquanto o mundo enfrentava a pandemia da Covid-19, a jovem, com 21 anos na época, lutava contra o câncer de mama recém-descoberto. No meio a um momento de incertezas, Bárbara ainda recebeu também a notícia da gravidez. Um misto de sentimentos: a tristeza por ter câncer e felicidade por realizar o sonho de ser mãe.
“A gestação já é um momento delicado, ainda mais passando por uma quimioterapia. Eu fiquei com muito medo de ser um câncer um pouco mais agressivo e não dar tempo de fazer alguma cirurgia necessária”, contou.
A jovem descobriu o câncer quando já estava no segundo grau. “Quando recebi a notícia, perdi o chão, pensei que iria morrer. Mas uma semana depois, Deus mandou meu maior motivador para seguir em frente: meu filho Murilo”, desabafou.
Com um misto de sentimentos, Bárbara revelou que, por se tratar de um caso delicado, os médicos acompanharam o tratamento da gestação com muita atenção. Segundo a mãe, a gestação foi tranquila e não houve complicações.
Bárbara é vendedora e, segundo ela, continuou trabalhando até o oitavo mês de gravidez. Para vencer a doença, a jovem se apegou na fé e no apoio da família.
“Vencer essa batalha não foi fácil, mas foquei em Deus e na minha saúde. O que me motivou foi minha determinação e fé que sairia vitoriosa, mais forte e com meu filho”, contou.

Bárbara com o filho, que completará três anos em fevereiro.
Murilo, que está prestes a completar três anos, nasceu com 37 semanas e ficou 11 dias na UTI Neonatal, devido à respiração.
Sem histórico da doença na família, a jovem descobriu o nódulo no seio pelo autoexame, com o toque no seio durante o banho. “Monitorar o nosso corpo é a melhor coisa, porque a gente percebe algo mais rápido. Na correria do dia a dia, algumas coisas podem passar despercebidas”, aconselhou.
Após vencer o câncer, Bárbara cria o filho sem complicações.
Durante meu tratamento eu não usava lenço, peruca, nada… assumi, realmente, minha carequinha. Um dia de quimio conheci uma moça que me perguntou se eu não tinha vergonha na sociedade. Ali nós conversamos comecei a dizer para ela que era só uma fase e a opinião da sociedade não deveria intervir no que somos. Alguns dias depois, eu fui buscar minha alta e, saindo do consultório, eu a encontrei e ela me fez chorar com uma frase: “Olha, Bárbara, me inspirei em você, assumi minha carequinha”. Depois daquele dia, eu descobri que eu tenho esse dever de contar minha história para encorajar outras pessoas.

Bárbara Borges precisou raspar o cabelo para o tratamento de quimioterapia.
Segundo o Ministério da Saúde, o sintoma mais comum de câncer de mama é o aparecimento de nódulo, geralmente indolor, duro e irregular. Outros sinais de câncer de mama são:
- Edema cutâneo (na pele), semelhante à casca de laranja;
- Retração cutânea;
- Dor;
- Inversão do mamilo;
- Hiperemia;
- Descamação ou ulceração do mamilo;
- Secreção papilar, especialmente quando é unilateral e espontânea.
Um nódulo ou outro sintoma suspeito nas mamas deve ser investigado para confirmar se é ou não câncer de mama. Para a investigação, além do exame clínico das mamas, exames de imagem podem ser recomendados, como mamografia, ultrassonografia ou ressonância magnética.
A confirmação diagnóstica só é feita por meio da biópsia, técnica que consiste na retirada de um fragmento do nódulo, da lesão suspeita por meio de extração por agulha ou de uma pequena cirurgia. O material retirado é analisado pelo patologista para a definição do diagnóstico.
*Texto produzido por Breno Alexandre, aluno do 26º Curso de Residência em Jornalismo. Este conteúdo teve orientação e edição de Juirana Nobres e Vitor Ferri.