
*Por Wilson Rodrigues – Rede Notícia
Ge Nunes – assim é conhecido o suspeito de invadir uma festa e matar a tiros Manuel Alves Ribeiro, de 59 anos, o “Manelão”, pai do secretário de Obras de São Domingos do Norte, em 29 de julho deste ano. No dia 7 de agosto, o segurança Denilson Lorenzoni Júnior, de 19 anos, desapareceu após sair de uma aula em uma autoescola de São Gabriel da Palha. Momentos antes, Júnior, como o segurança era conhecido, recebeu uma ligação. Era Ge Nunes, amigo de Denilson. O criminoso é apontado como autor da emboscada que resultou no sumiço e assassinato de Denilson. O motivo seria que Denilson havia descoberto que Ge Nunes era o autor do crime cometido dias antes em São Domingos do Norte. E tem mais.
As informações são frutos de uma investigação jornalística exclusiva conduzida pela Rede Notícia, que acompanha de perto os dois casos desde o início.
Ge Nunes foi preso no dia 13 de setembro, em São Gabriel da Palha, no âmbito do inquérito da morte de Manelão, em São Domingos do Norte. Segundo o titular da DP de São Domingos, delegado Dair Oliveira Junior, Ge Nunes foi o sexto suspeito de envolvimento na morte de Manelão a ser preso. E o delegado avisou que as diligências vão prosseguir, até o fim do inquérito.
Segundo a investigação, Manelão atuava como agiota, uma pessoa que oferece empréstimos com condições à revelia da lei. Políticos poderosos da região de São Domingos do Norte, teriam dívidas com ele. A Polícia Civil, no entanto, ainda trouxe a público, a motivação real do crime.
A reportagem descobriu que o segurança Denilson Lorenzoni Júnior, de 19 anos, era amigo de Ge Nunes. Ele teria descoberto que Ge era o autor da morte do pai do secretário de Obras de São Domingos do Norte. Foi então que Ge Nunes decidiu armar uma emboscada para dar fim a vida de Denilson. Isso explica o fato de Denilson ter ido de encontro a Ge Nunes no dia de seu desaparecimento. Há um fato importante aqui: havia o receio por parte de Ge Nunes de que Denilson descobrisse quem eram os integrantes do esquema armado para matar Manelão. Tanto é verdade, que o próprio delegado de São Domingos do Norte, Dair Oliveira Junior, informou que Ge Nunes era a sexta pessoa a ser presa no inquérito da morte de Manelão. Ou seja, há mais gente no bolo.
Nove dias separa a morte de Manelão e o sumiço e posterior execução de Denilson. Dois crimes cruéis. O primeiro, em meio a uma festa. O assassino chegou, fingiu ser convidado, esperou Manelão entregar a criança que ele segurava no colo, e o matou. A prefeita de São Domingos do Norte, Ana Malacarne, revelou ao repórter Wilson Rodrigues, em 31 de julho, que estava na festa, e saiu do evento cerca de cinco minutos antes do crime. Segundo ela, ao chegar em casa, recebeu uma ligação reportando o crime.
O segundo crime, igualmente cruel, aconteceu nove dias depois. Em 7 de agosto. Denilson saiu de casa, no Córrego Bley, em São Gabriel da Palha, para fazer uma prova teórica em uma autoescola da cidade. Após terminar o exame, recebeu uma ligação. E sumiu. O corpo dele foi achado por pescadores no dia 13 de agosto, boiando no Córrego Braço Sul, em São Domingos do Norte. No cadáver, havia a marca de dois tiros na cabeça. A moto de Denilson, foi encontrada no dia 14 de agosto, às margens da rodovia que liga São Gabriel da Palha a São Domingos do Norte.