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Advogada que apresentou teste de gravidez falso para evitar a prisão tem OAB suspensa

Camila foi presa em Mantena e conduzida para a Delegacia Regional de Barra de São Francisco

A advogada Camilla Carnielli teve sua licença profissional suspensa pela Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Espírito Santo (OAB-ES) após ser acusada de apresentar um teste de gravidez falso para evitar a prisão. O caso ocorreu em Mantena, Minas Gerais, e também resultou na denúncia do advogado Wanderson Viana Fernandes Vital, que a representava no processo. As informações foram divulgadas pelo site Folha Vitória.

De acordo com a reportagem, Camilla foi presa no dia 16 de outubro de 2024, durante uma operação policial, e é investigada por crimes como tráfico de drogas, associação ao tráfico e corrupção de menores. Durante a audiência de custódia, ela apresentou um atestado alegando gravidez para justificar a necessidade de prisão domiciliar.

Investigação desmente alegações

Policiais penais relataram que, no momento da prisão, Camilla teria mencionado estar menstruada, o que levantou suspeitas sobre a veracidade do teste apresentado. Uma investigação confirmou que o documento era falso: o laboratório indicado no exame declarou que a advogada não esteve no local na data mencionada. Testemunhos e análises técnicas incluídas no Inquérito Policial n° 333/2024 corroboraram a fraude.

O Ministério Público também apurou que Wanderson Vital teria utilizado o documento falso no tribunal para reforçar o pedido de prisão domiciliar. Ele foi denunciado por uso de documento falso.

Camilla Carnielli foi acusada de falsificação de documento particular, crime previsto no artigo 298 do Código Penal. Já Wanderson Vital foi denunciado com base no artigo 304, que trata do uso de documentos falsificados. Segundo o Folha Vitória, a OAB-ES aplicou a suspensão preventiva da licença profissional de Camilla por 90 dias, em decisão fundamentada no Estatuto da Advocacia. O processo tramita sob sigilo no Tribunal de Ética e Disciplina da Ordem.

MP descarta acordos

O Ministério Público descartou a possibilidade de oferecer Acordo de Não Persecução Penal (ANPP) aos acusados, alegando que as circunstâncias dos crimes e os antecedentes de ambos são incompatíveis com os benefícios previstos na legislação. Camilla já responde a outro inquérito policial, enquanto Wanderson é réu em uma ação penal por crime contra o patrimônio.

O órgão solicitou a citação dos envolvidos para apresentação de defesa e requereu audiências para ouvir testemunhas-chave, como policiais penais e delegados.

Em nota enviada ao Folha Vitória, Wanderson Vital afirmou estar surpreso com a inclusão de seu nome no caso.

“Não recebi até agora qualquer evidência que demonstre minha participação direta ou indireta no crime. Confio plenamente no Poder Judiciário e acredito que a verdade será esclarecida. Reitero minha inocência e reafirmo que jamais participei de atos ilícitos”, declarou.

O caso segue em andamento, e novos desdobramentos devem ocorrer nas próximas fases do processo.

Com informações do Folha Vitória

Advogada francisquense que apresentou teste de gravidez falso para evitar a prisão tem OAB suspensa

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