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G20: Lula promete entregar propostas da sociedade a chefes de Estado

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta segunda-feira (11), ao se reunir com representantes dos grupos de engajamento do G20, no Palácio...

Empresa quer operar aeroporto, ferrovia e porto e transformar o “vale da pobreza”

Ponta de Areia, ponto final
Da Bahia-Minas, estrada natural
Que ligava Minas ao porto, ao mar
Caminho de ferro mandaram arrancar
Velho maquinista com seu boné

Lembra o povo alegre que vinha cortejar
Maria fumaça não canta mais
Para moças, flores, janelas e quintais
Na praça vazia um grito, um ai
Casas esquecidas, viúvas nos portais

(Aldir Blanc/Milton Nascimento)

Por José Caldas da Costa

Um ousado projeto que envolve a requalificação do porto de Caravelas, a reativação da EF340, antiga Bahia-Minas, cantada em prosa e verso por Aldir Blanc e Milton Nascimento em “Ponta de Areia”, e a operação do aeroporto de Caravelas promete dar uma novo dinamismo à economia não apenas do Sul da Bahia, mas também do Norte do Espírito Santo e Norte de Minas.

Numa entrevista para a Tribuna Norte Leste, o diretor da Multi Modal Caravelas – MTC S.A., Divino Passos, falou dos projetos de montagem de um grande centro logístico na cidade baiana, a 190 quilômetros por meio rodoviário de São Mateus, e também da parceria com a Petrocity Ferrovias, anunciada na última sexta-feira (8).

“Firmamos um memorando de intenções para confirmar a parceria entre a MTC e a Petrocity visando a unir esforços para viabilizar mais rapidamente os projetos e economizar tempo, aproveitando melhor os recursos de cada ferrovia, evitando duplicidade de tarefas e etapas dos projetos”, disse Divino.

Divino Passos (centro) cumprimenta o prefeito Silvio Ramalho, que está no final de seu segundo mandato consecutivo em Caravelas

O porto de Caravelas já está com Licença Prévia das autoridades da Bahia e terminando o processo para a Licença de Instalação. A previsão é de entrar em operação em 2029. De acordo com o CEO da empresa mineiro-baiana, haverá “um grande aumento da capacidade de produção de ambos os projetos com uma perfeita separação do uso correto de cada terminal”.

Segundo ele, a Multi Modal Caravelas MTC SA espera operar com cargas de celulose, madeira, pedras ornamentais, granitos, cavacos de madeira e uma pequena fábrica de fertilizantes. “O frete de retorno até Rio Pardo de Minas e as outras cargas que exigem um calado maior serão exportados por São Mateus pelo porto da Petrocity”, observou.

A Bahia-Minas e a EF Juscelino Kubitscheck serão integradas por meio da Unidade de Transbordo e Armazenagem de Cargas (UTAC) e porto seco de Teófilo Otoni, no Nordeste de Minas Gerais, no Vale do Mucuri. A MTC vai investir R$ 14 bilhões na ferrovia, que ainda tem trilhos em alguns trechos.

O diretor explicou que o Porto de Caravelas está sendo projetado em três fases de operação. Inicialmente, serão construídos a parte de apoio administrativo. A marina e um espaço para atender as empresas que hoje operam na área do porto será necessário o seu deslocamento para área adequada e construída especialmente para estas atividades englobando empresas de turismo náutico.

Será feita a batimetria e dragagem, construído estaleiro e serviço de manutenção em embarcações e suplay para dar manutenção aos rebocadores e demais equipamentos.

“Também serão construídos a primeira etapa dos galpões de armazenamento e pátio de manobra de cargas com 155 mil metros quadrados e um berço de atracação de cerca de 1.200 metros de cais. O calado natural do rio é de 12 metros e na sua foz cai bastante, sendo necessário uma dragagem periódica para manter o calado operacional em 12 metros”, explicou Divino.

A Estrada de Ferro EF340 (Bahia-Minas), criada em 1881 e desativada em 1966, quando o regime militar fez o mesmo com várias ferrovias Brasil afora, já tem autorização para operação por 98 anos, com anteprojeto aprovado pela Agência Nacional de Transporte Terrestres (ANTT) e pelo Governo de Minas, o Ibama já emitiu o termo de referência com as condicionantes para obtenção das licenças ambientais.

Segundo o diretor da MTC, a Infra S.A. está fazendo os projetos básicos executivos da ferrovia, que terá bitola larga de 1,60 metro em todo o seu percurso inicial de 492 quiômetros até Araçuaí, mas com pedido de autorização de expansão até Rio Pardo de Minas, uma região com alto potencial de exploração mineral.

No trecho de Caravelas (BA) à Araçuaí (MG), haverá a inserção de dois novos ramais (Teixeira de Freitas e Itabatan, distrito de Mucuri). O trajeto ainda inclui Posto da Mata e Argolo (distritos de Nova Viçosa) em solo baiano. Já em Minas Gerais a ferrovia passa por Serra dos Aimorés, Nanuque, Carlos Chagas, Teófilo Otoni, Novo Cruzeiro até seu destino final: Araçuaí no Vale do Jequitinhonha.

“Nosso projeto logístico contempla a operação do Aeroporto de Caravelas, que fica a apenas 12 quilômetros do porto, assim como a implantação de uma Zona de Processamento de Exportações (ZPE) para criação de um polo industrial na região do projeto criando milhares de empregos diretos”, acrescentou Divino.

Unindo os projetos da MTC e da Petrocity, o executivo Divino Passos manifesta uma expectativa de grande transformação socioeconômica tanto no Sul da Bahia, quanto no Norte do Espírito Santo e Norte-Nordeste de Minas Gerais.

“São regiões muito carentes e o momento é de aproveitar o alinhamento dos Governos Central, Estaduais e Municipais para receber todo o apoio a região que os três governos m dado ao projeto da MTC e em breve estaremos mudando o perfil de toda uma região hoje chamada de Vale da Pobreza, mas que será chamado de Vale da Esperança”, disse Divino.

Empresa quer operar aeroporto, ferrovia e porto e transformar o “vale da pobreza”

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