A Coordenação Geral de Vigilância da Tuberculose, Micoses Endêmicas e Micobactérias Não Tuberculosas (CGTM/Dathi/SVSA/MS), em parceria com o Governo do Estado, por meio do Programa Estadual de Tuberculose (PEC) com a participação da Secretaria da Saúde (Sesa) realizou, nessa terça-feira (11), uma Oficina de Qualificação dos profissionais de saúde no manejo da Infecção Latente da Tuberculose (ILTB).
O evento aconteceu no auditório da Escola de Serviço Público do Espírito Santo (Esesp), em Vitória, e teve o objetivo de qualificar os profissionais de saúde sobre o diagnóstico da Infecção Latente da Tuberculose (ILTB), o tratamento preventivo da tuberculose, bem como a vigilância da ILTB, visando fortalecer as ações de controle da tuberculose no Espírito Santo.
A oficina de qualificação foi direcionada a médicos, enfermeiros, aos profissionais que atuam na assistência direta da pessoa com tuberculose e HIV, Atenção Primária à Saúde (APS), Serviço de Assistência Especializada (SAE), Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA), Laboratório Central de Saúde Pública do Espírito Santo (Lacen/ES) e Assistência Farmacêutica.
A realização do evento foi em atenção a ‘Estratégia Fim da Tuberculose’, que estabelece a necessidade de diagnosticar e tratar grupos prioritários com infecção latente pelo Mycobacterium tuberculosis (ILTB), para o alcance da eliminação da tuberculose como problema de saúde pública, realizando a educação permanente para profissionais do Sistema único de Saúde (SUS), com escopo para a qualificação da assistência e otimização no cenário epidemiológico.
Na abertura do evento, a enfermeira e coordenadora do Programa de Tuberculose do Espírito Santo, da Secretaria da Saúde (Sesa), Ana Paula Rodrigues Costa, falou sobre a importância da oficina de qualificação dos profissionais da saúde para o rastreio, o diagnóstico e o tratamento da Infecção Latente pelo Mycobacterim tuberculosis (ILTB), logo de início.
“A oficina auxilia na capacitação do profissional da saúde no trato preventivo da tuberculose, que é primordial para reduzir o número de casos da doença ativa e, consequentemente, interromper a cadeia de transmissão da doença. Com a transferência de conhecimento dos facilitadores aos participantes, e a troca de experiências, é possível qualificar o atendimento ao indivíduo, com o manejo clínico adequado”, disse a coordenadora.
Ana Paula explica ainda que, por não apresentar sinais e sintomas, o tratamento precisa ser instituído e finalizado. “Assim reduz-se a chance de adoecimento da pessoa já infectada com o bacilo da tuberculose, em especial nas pessoas com baixa imunidade como no caso de pessoas com HIV/Aids, pacientes imunossuprimidos, que fazem uso de imunossupressores, inclusive crianças. É necessário investir na prevenção ao adoecimento por tuberculose, e assim somar esforços para o controle da doença”, afirmou a coordenadora.
Durante a oficina, foram apresentados casos clínicos, que foram comparados à realidade da saúde no Brasil, e realizado pré-teste de aprendizado com os participantes que interagiram por meio de seus celulares em plataforma disponível em QR Code durante a apresentação de cada caso.
A médica do Programa de Tuberculose do Espírito Santo em Vila Velha, Adriana Mota Ferreira, apresentou também a experiência sobre o medicamento Rifapentina + Isoniazida (3HP), para uso no Tratamento da Infecção Latente pelo Mycobacterium Tuberculosis, demonstrando a rapidez e eficácia do medicamento no trato da doença.
A medicação é ofertada no Espírito Santo desde 2022, e dispensada pela Atenção Primária à Saúde, em todos os programas de tuberculose. Sua vantagem é a redução do tempo de tratamento que diminui de seis a nove meses, para três meses, ou seja, 12 semanas de tratamento.
Também participaram da oficina, a chefe do Núcleo de Vigilância Epidemiológica, Dijoce Prates Bezerra; a médica infectologista da referência Estadual para o Controle da Tuberculose, Melissa Fonseca Andrade; a enfermeira do Ambulatório de Referência Estadual em Tuberculose do Hospital Universitário Cassiano Antônio de Moraes (Hucam), Geisa Fregona Carlesso; representantes do Laboratório Central de Saúde Pública do Espírito Santo (Lacen/ES), Sarah Guimaraes e Fabiola Karla Correa Ribeiro; servidores da Vigilância estadual e municipal, médicos e enfermeiros dos municípios do Espírito Santo e os representantes da Coordenação Geral de Vigilância da Tuberculose, Micoses Endêmicas e Micobactérias Não Tuberculosas (CGTM/Dathi/SVSA/MS), Liliana Romero Veja e Nildo Barros. A oficina contou com a participação de 80 profissionais da saúde.
A Infecção Latente da Tuberculose (ILTB)
É uma fase em que a tuberculose não se manifesta imediatamente no organismo da pessoa, porque os bacilos causadores da doença ficam encapsulados e com atividade reduzida nos pulmões. Com isso a pessoa infectada pode permanecer saudável por muitos anos, até mesmo décadas, sem transmitir o bacilo e mantendo uma imunidade parcial. Entretanto, caso haja alguma baixa em sua imunidade, a doença pode se desenvolver ao longo da vida.
A tuberculose
É uma doença de transmissão aérea que se instala a partir da inalação de aerossóis oriundos das vias aéreas, durante a fala, espirro ou tosse das pessoas com tuberculose ativa (pulmonar ou laríngea), que lançam no ar partículas em forma de aerossóis contendo bacilos. Um indivíduo que tenha baciloscopia positiva pode infectar no período de um ano, em média, de 10 a 15 pessoas.
Entre os sintomas pode-se observar tosse há mais de três semanas, febre no fim do dia, suor noturno, falta de apetite, perda de peso, cansaço e dor no peito. A porta de entrada para o diagnóstico e o trato da tuberculose é na Atenção Primária à Saúde, e o cidadão pode se dirigir à Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima a sua moradia para a realização dos primeiro atendimento e direcionamento ao tratamento, de acordo com a peculiaridade de cada caso.
Dados de Tuberculose no Espírito Santo
Segundo dados do Sistema de notificação e-SUS Vigilância em Saúde (e-SUS VS), o Espírito Santo registrou, em 2022, 1.637 novos casos de tuberculose no Estado. Em 2023, foram registrados 1.863 novos casos.
Já em 2024, de janeiro a maio, com dados preliminares, foram 744 novos casos registrados no Espírito Santo.
Em relação ao tratamento de pessoas com a Infecção Latente da Tuberculose (ILTB)
Em 2021, foram 981 notificações, em 2022, foram 1104 registros de notificações, e, em 2023, 1164 notificações foram registradas.
Já em 2024, com dados preliminares, foram registradas 479 notificações de tratamento em pessoas com a ILTB.